Saturday, August 30, 2008

A Geração 2000 contra o caos total (parte 27)

- Fala do trabalho da Gabriela Noujaim no Posição 2004.
- Uma instalação bonita e agressiva com gesso no chão e vidro quebrado apontando pra cima e rosas vermelhas sobre o vidro. Como feridas flutuantes deslumbrantes. Meio que dá arrepios. Muito bom!
- E o Adriano?
- Ele fez uns retratos expressionistas do Rubinho e Força Bruta, uma banda que eu não conhecia na época. Na verdade, ainda não ouvi o primeiro álbum deles. Mas pareciam retratos de amigos pessoais, e como o disco não tinha sido lançado ainda, era provavelmente bem audacioso simplesmente deixar pra lá a política direta e as questões estéticas, e pintar o que queria, mesmo que os outros fossem ficar sem saber do que se tratava. Pra mim foi isso. E eu gostei. Talvez pareça o lado egomaníaco da Transvanguarda, mas eu não ligo. Eu gosto das pinturas, e ponto final.
- E o Alberto Saraiva?
- Ah, ele fez uma instalação muito boa, com uma mesa de café da manhã com pequenas câmeras de vigilância e monitores misturados aos pratos e talheres perfeitamente limpos. Isso me lembra daquela história de que o Andy Warhol sugeriu pro Lou Reed escrever uma canção sobre paranóia, que seria o assunto mais próximo do clima cultural dos anos 60, segundo o Warhol. Foi supostamente por isso que o Velvet Underground gravou Sunday Morning. Seja como for, o Alberto Saraiva trasformou a paranóia coletiva em beleza. Belo show!

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