Sunday, November 09, 2008

A Geração 2000 contra o caos total (parte 165)

- Posição 2004: olhando os dados. Próximo?
- Tereza Costa. Sem dados, só fotos. Ela pintou sobre vidro transparente, usando o próprio corpo como carimbo. As fotos são em preto e branco, mas eu acho que a cor que ela usou foi azul acinzentado. Eram imagens que se projetavam das paredes da galeria do subsolo. Elas perecem ser de tamanho A4. Elas mostram partes dela: a digital do polegar, um pé carimbado de lado, a mesma coisa com uma das mãos, a mesma coisa com o lado de um dos seios (na verdade imprimindo junto parte do tronco e o ombro dela), uma do lado da cara dela e o cabelo, e uma da perna. A foto individual desta última não abre, mas as imagens da instalação indicam que era uma impressão que mostrava a parte dianteira superior da perna e a parte abaixo do umbigo. Isso quer dizer imprimir os pelos pubianos dela, também. Essas seis imagens saíam das paredes, e teriam sido esmagadas se a multidão do andar de cima tivesse descido pra ver o subsolo. Eu não sei o que foi que aconteceu, mas eles não desceram todos ao mesmo tempo, e eu agradeço muito por isso! A instalação se completava com outro vidro transparente montado num pedestal de madeira pintado de branco bem no meio do corredor que é a galeria do subsolo. Era a mesma coisa: Tinta azul carimbada em vidro transparente. Só que era maior, porque era uma imagem frontal do tronco dela, eu acho. E era pintada ao redor da parte carimbada. Na foto, parece algo influenciado por Jean Dubuffet e Yves Klein. No fim das contas, parecia sexy, e ameaçador, e sobrenatural, e primitivo. Como se descer ao subsolo fosse a chance de ficar chocado e confuso diante de um mistério ancestral transformado em monumento de vidro e luz. Grande show!

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